Recordo que antes de ver o primeiro filme tinha sido educado a considerar o cinema como algo diabólico e pouco cristão.
Durante 12 anos num seminário católico o cinema foi sempre seleccionado.
A minha saída do seminário coincidiu com a Revolução do 25 de Abril de 1975 e a explosão dos filmes que antes tinham sido proibidos: "Ultimo Tango a Paris", "Garganta Funda", ...
Seria oportuno proibir estes filmes? Ou só serviu a dar-lhes publicidade? Farão realmente mal a quem os vê e à sociedade? Ou, como defendem alguns psicólogos, as fantasias podem ser úteis e evitar que passem à realidade?
A minha opinião actual, (2008-04-24), é bastante contrária a quase todas as proibições artísticas e culturais. Os artistas em geral possuem a sensibilidade de captar o que está no subconsciente colectivo do momento, do que "paira no ar", das repressões e necessidades psicológicas do momento.
No cinema e TV em liberdade aparece o espelho da sociedade. Conhecer a sociedade pode ser o primeiro passo para a melhorar. Não se muda a sociedade rompendo o espelho que a reflecte.
Tenho a impressão de que mais do que os filmes pornográficos são prejudicais para a sociedade certos filmes, programas de TV e políticas que apresentam como heróis certos personagens que encarnam comportamentos ou modelos anti-sociais. Mas mesmo aqui é difícil distinguir o que é heroísmo e anti-social. Mário Soares apresenta no seu livro "Portugal Amordaçado" heróis que com as leis de outros tempos eram criminosos.
A informação e política que me pareceu mais estúpida de que tenho conhecimento foi a importação da terrorista Silvia Baraldini com grandes honras do Governo Italiano e o Ministro da Justiça Oliviero Diliberto a considerar uma prioridade do seu ministério.
Imagino uma montagem de cenas pornográficas, o autor a ser condenado e a dizer que muito pior da sua pornografia era a informação e política que transformava uma terrorista em heroína.
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