A primeira vez que entrei na Loja do Cidadão em Lisboa pensei que tinha sido das melhores coisas que se tinha feito nos últimos tempos. Por uma carteira com documentos perdida ou roubada perdia quase uma semana em Lisboa de uns departamentos para outros de uma bicha de 6 horas para outra de 4. A primeira vez que entrei na loja do cidadão resolvi em poucas horas aquilo que temia demorar semanas nas burocracias tradicionais. Informei-me de quem tinha sido o génio da sua ideia e criação e disseram-me que tinha sido por pressão de Guterres. Se fossem eleições naqueles dias votava em Guterres sem pensar a qual partido só por ter contribuído a economizar milhares ou milhões de horas do trabalho mais odiado: burocracias da função pública.
A última vez que estive na Loja do Cidadão em Lisboa esperei quase 8 horas e não fui atendido. Voltei no dia seguinte, marquei, fui fazer outras coisas e voltei quando calculei que seria a minha vez. Mas a minha vez já tinha passado.
Com tantos desempregados não poderiam dar trabalho a quem vive com subsídio do desemprego? Não poderiam transformar muitas cabines telefónicas em mini-lojas-do-cidadão, mesmo a pagamento onde um desempregado prestasse serviços com Internet? Quantas pessoas não pagariam dezenas de euros por serviços que teoricamente são gratuitos na Loja do Cidadão mas que na prática custam o valor mais precioso: o tempo de 8 horas numa bicha?
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