A Guarda foi protagonista do futuro pelo voluntariado, social, cidadania criativa, talentos, intergeracionalidade, ambiente sustentável, ecologia e feira de antiguidades+colecionismo. Parabéns a todos os que colaboraram aos 3 dias de voluntariado, (1).
A Guarda é uma das cidades mais limpas que vi na Europa, com muitos postos de recolha diferenciada do lixo. Os melhores exemplos são sinais de uma sensibilidade geral. Os eleitores locais e nacionais, das juntas de freguesia aos políticos nacionais de primeiro plano, elegem os seus representantes porque têm idênticos valores ou uma prioridade de valores com os quais concordam. A recolha diferenciada do lixo e a sua reciclagem é umas das formas mais simples de evitar mortos de fome no mundo, melhorar a economia local e mundial. Grande parte do lixo pode ser transformado em estrume ou fertilizante de hortas. Muitos espaços de barrocos e terrenos incultos podem transformar-se em hortas que servem de divertimento a quem tem gosto na agricultura, fonte de economia pessoal e mais alimentos disponíveis para aquele bilião de pessoas com fome no mundo.
Itália tem os piores e melhores exemplos do tratamento do lixo. Napoli, (penso que não se devem traduzir os nomes de cidades, Nápoles), é das piores vergonhas mundiais que conheço: biliões de euros dos contribuintes de Itália e de Europa, portanto também dos impostos de Portugal, terminam nas máfias locais, nas guerras entre máfias e no aproveitamento político da catástrofe de ruas cheias de lixo até chegar ao primeiro andar com carros totalmente cobertos de lixo. Mas em Itália há outros exemplos de outras regiões menos mafiosas e com grande sensibilidade à ecologia. Uma delas tinha um presidente, Angelo Vassallo, que queria aplicar multas de €500 a €1.000 a quem deitasse um cigarro pela estrada. Mas foi assassinado com 8 tiros. Angelo Vassallo tornou-se um símbolo e a sua povoação um centro de férias e peregrinação de pessoas sensíveis à ecologia.
Vi várias vezes na TV italiana um exemplo muito curioso e original proveniente de Sicília onde se por um lado é o berço das piores máfias internacionais, por outro é berço de grandes personalidades e movimentos de jovens anti-máfia: uma povoação tem a recolha do lixo com um burro equipado de diversos alforges para o papel, plástico, alimentos de animais, orgânico, etc. O presidente autor da iniciativa tornou-se popular e explicou as vantagens económicas e ecológicas: custa menos, não causa poluição e tornou-se uma atracção turística.
Imaginemos que a Guarda era a primeira cidade de Portugal a seguir o exemplo. Em vez de máquinas para cortar a relva dos jardins alimentava-se o burro. Em vez de os restos dos alimentos andarem para o lixo alimentavam porcos, galinhas, coelhos e pássaros ou eram transformados em fertilizantes das hortas.
Imaginemos que o exemplo da Guarda chegava às noticias nacionais e internacionais originando a criação de pequenos jardins-ecológicos-zoológicos junto de todas as cidades. Muitas pessoas das cidades que gostam de animais mas não os podem ter em casa podiam adoptar animais, visitá-los ou/e tratá-los aos fins-de-semana ou nas férias.
Quantos mortos de fome se salvavam com esta política global coordenada e promovida pela ONU ou uma Neo-ONU?
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