Nas regiões agrícolas das Beiras quase todas as famílias tinham um porco que alimentavam quase só com aquilo que agora se deita para o lixo: restos dos alimentos humanos, água de uma primeira lavagem da loiça sem detergente e fruta prestes a apodrecer.
A quase todos os porcos extraíam os testículos pouco depois de nascerem para a carne ser melhor ou engordarem mais.
O processo de “caparem” ou extraírem os testículos dos porcos era muito artesanal: cortavam montrasto em pequeninos pedaços, deitavam-nos em azeite a ferver e depois de alguns minutos a fritar deixavam arrefecer. Depois talhavam os testículos, extraíam as bolas e colocavam na ferida a fritada fria de montrasto. Não tenho conhecimento de nenhum que adoecesse por este processo.
Se o montrasto tem as propriedades curativas das crenças populares não será uma pena que não seja mais conhecido dos meios científicos e aproveitado do estado selvagem ou cultivado nos pequenos espaços de terreno onde não entram máquinas?
Flores, essências e mortos de fome
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