Não tenho cabeça para nada sempre
que trato do problema do “grande” advogado-ladrão-mafioso. Hoje falei com dois
escritórios de advogados, voltarei a falar à tarde e tenho o dia estragado.
Cada vez me parece que tinham razão os magistrados, advogados e amigos que me
diziam que era melhor esquecer. Mas esquecer parece-me uma cobardia, recalcar um
sentimento de luta por justiça. Escrevo como uma necessidade de deixar uma
mensagem ao grande-advogado-ladrão-mafioso, aos responsáveis e irresponsáveis
desta justiça. As burocracias da velha justiça tradicional servem muitas vezes
a aumentar a injustiça. Quem conhece bem as leis ou tem bons advogados e por
cima é pior criminoso tem mais possibilidade de viver do trabalho dos outros e
permanecer premiado.
O desgaste psicológico deste
caso foi a minha ruína dos últimos 20 anos. Sei que foi a causa da minha
decadência artística e profissional mas em tribunal não se pode provar. Aquilo
que é evidente para o mais elementar bom senso tem que ser provado pela vítima
em tribunal. Se um mafioso ameaça de morte pelo telefone e se regista a
gravação não vale em tribunal. Levar a tribunal uma testemunha contra mafiosos
é muito difícil. Só num processo contra mafiosos em Itália foram assassinadas 8
testemunhas. Sei que esta revolta me destrui. Resta-me a consolação de estes
meus escritos chegarem aos futuros profissionais da justiça para fazerem uma
revolução do sistema judicial tradicional.
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